De protestos e maquiagens I
Finalmente
pude testemunhar os protestos em Belém, ontem dia 20. Fiquei até o
momento em que a polícia prendeu um grupo de oito pessoas que estavam
barbarizando evento. Vinte e um anos depois de ganhar as ruas pelo
impeachement do Collor, algumas coisas boas se repetiram, outras não vi e
algumas novidades são completamente dispensáveis.
Dentre as últimas: a
"Gang do Madruga", postada e tirando fotos como fossem celebridades bem
na frente da estação do bondinho na Av. Portugal... Bombas e uma galera
imitando o "pogo" punk, início das confusões que acabariam com a
dispersão forçada da multidão. "N" conversas onde se constatava que a
euforia da turba é contagiante, mesmo para quem não tinha mais nada o
que fazer numa quinta a tarde. A falta de megafones onde propostas
fossem massificadas e falas das lideranças pudessem identificar os
motivos, as propostas, enfim, o cerne do que se protestava.
O
ajuntamento humano é forte, é energia pura que dá pra sentir na pele.
Cantar o hino nacional, lançar gritos de guerra e até dançar ao redor do
fogo são imagens e ritos muito potentes... O surrão das razões,
entretanto - ao meu ver - estava com pouquíssimo pão. O que alimentava
de fato aquelas presenças e aquelas vozes? É preciso saber...
Inequivocamente.
J.Mattos
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